O Poder da MídiaUtilizamos diferentes mídias no nosso cotidiano, cada uma tem sua função especifica, contudo, de modo geral a maioria das mídias tem a importante função de comunicar.
Em especial a Mídia eletrônica audiovisual constitui importante papel de disseminar as informações, contudo, devido ao caráter parcial que adota na maioria das vezes acaba por moldar opiniões de acordo com seus interesses em oposição a sua função ideal que seria apenas informar, fato que é instituído por lei, contudo não é seguido.
No filme “O Quarto Poder”, a mídia devido a seu alto poderio de manipular informações, opiniões e até determinar comportamentos de acordo com a primazia de seus interesses, foi denominada como o quarto poder, um poder que ideologicamente fica logo após o poder executivo, legislativo e judiciário, porém, no filme ocupa o primeiro lugar visto que, transforma um caso de polícia em uma reportagem sensacionalista que julga e determina a imagem de um cidadão.
O filme conta a história de Max Brackett (Dustin Hoffman) um repórter televisivo com sua carreira em baixa que é designado a fazer uma reportagem em um Museu em crise financeira e se depara com Sam Baily (John Travolta) um ex-vigia armado e desesperado para reaver o seu emprego e que acidentalmente atira no outro vigia e acaba por fazer de refém todos que se encontram no museu.
Diante desta situação o ambicioso jornalista objetivando alavanca sua carreira convence o ex-vigia a entrar ao vivo em rede nacional e estabelece uma relação de “ajuda” mutua, pois, Max tem seu furo de reportagem e Sam Baily tem sua imagem favorecida.
Totalmente desprovido de uma ética profissional Max controla o modo como às informações são transmitidas e a reação do público é favorável ao ex-vigia.
Entretanto, Max perde a exclusividade da reportagem para um jornalista ancora de sua emissora e este também passa a manipular as informações e distorce os fatos criticando Sam Baily e divulga a morte do vigia baleado, o público vê o ex-vigia sob uma ótica diferente, na condição de culpado.
De modo geral, os dois repórteres visavam à mesma coisa, a audiência.
E é exatamente por conta da crescente distorção dos fatos em busca da comoção das pessoas com o intuito de aumentar a audiência que, precisamos ser mais críticos, a medida do possível buscar diferentes fontes e sempre avaliar a informação que nos é apresentada.
É fundamental refletir sobre a veracidade do que é veiculado, pois, as redes de televisão possuem seus interesses políticos, econômicos e sociais que determinam a maneira como a informação vai ser direcionada e a ênfase que irá receber.
No documentário “Muito Além do Cidadão Kane” é denunciado a intima relação da emissora Rede Globo com o grupo norte americano Time-Life, além dos conchavos políticos, favorecimento da alienação da sociedade e a o controle da informação em favorecimento de seus apoios financeiros.
A mídia forma opiniões, determina valores, condutas, enfim nos manipula de forma tão eficaz que através de seu poder imensurável acreditamos em sua suposta imparcialidade e transparência.
Temos como exemplo os telejornais (da rede globo) que diariamente tentam nos convencer de sua imparcialidade por meio de denuncias de falcatruas do governo vigente, contudo, o modo como este é comunicado com uma linguagem complexa que não permite que o discernimento ocorra efetivamente e assim a população em sua maioria não entende e não dispensa a devida atenção ao assunto, por outro lado, esses telejornais com freqüência mostram imagens que visam degrinir a seriedade ou comprometimento de partidos de esquerda.
E o país é teoricamente democrático, e a TV imparcial.
Imaginem se não houve a democracia de opiniões e divulgação de informação... bem neste caso acredito que nos nem se quer saberíamos que o documentário “Muito Além do Cidadão Kane “ existiu.
A questão contundente é que, precisamos exercitar nossa capacidade de refletir criticamente diante das informações veiculadas pela mídia abandonando a posição de meros telespectadores passivos .
Por Marcela Furegati de Matos.